30 de jan. de 2012

Jónsi.


Há um tambor no fundo.
E um agudo no primeiro plano.
Entre essas camadas, algo como um theremin segue o ritmo do tambor e as notas do agudo.

Essa combinação me traz milhões de cenas à cabeça.
E essas cenas me enchem os olhos.

Há tantas coisas que não encostei desde que você se foi.
E tantas que eu jamais teria encostado se você estivesse aqui.
Do que não encostei e do que não encostaria,
não sinto dor.
Só a sua é que vem.
Claro, só você é que eu não posso encostar.

A vida esfrega suas ironias na minha cara,
aprendi com ela a ironizar os outros.
Outros que ficam espantados com a minha frieza.
Ficariam mais espantados se soubessem o que se passa por trás do meu sarcasmo.

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26 de jan. de 2012

Scotoma


Sinto que há algo de incrível na vida.
Algo de incrível nela, ou em mim.
Por mais que eu tente não ser feliz,
as vezes eu não consigo.
E por mais que eu tente ser feliz,
eu nunca consigo.
Basta aceitar pra acabar.

Sou temente à tudo que me persegue.
Sou temente à tudo que não me deixa.
A tristeza.
Sou temente à ela.
Mas sou grato, pela inspiração que ela me traz.

Em tempos de guerra interna,
a paz é ela que dá.
Mas em guerras não há ganhadores.
Minha dor não vai partir,
independente de reforços.

Ela ajuda, em momentos rápidos,
mas em outros momentos rápidos,
vêm desejos estúpidos que tendem a estragar tudo.

Não nasci para não ser sozinho.
E quem tentar provar o contrário,
só tenho mágoas para te sufocar.

Bem, assim jamais serei feliz.
E jamais serei saciado.
Além de tudo, jamais terei prazer.
Também, jamais terei paz.
Realizações ou sucessos.
Inteligência ou esperteza.
Zeros ou uns.

E tudo que ela me traz,
é o que jamais terei.
Aceito, em vão?
Ou nego, enfim?

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15 de jan. de 2012

Still.


Essa onda de esperança que sente, me faz falta agora. Tento me dizer que sou uma boa pessoa por ter feito coisas das quais me arrependo. Mas felicidade é só uma mudança na minha leviandade.

feels like crying, but drier.

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13 de jan. de 2012

Again.


Again.

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8 de jan. de 2012

Lucky Man


Depois do filme eu vi com ela, enquanto a gente se esmagava na cama de solteiro que tem no meu quarto, eu resolvi falar.
- Tenho uma coisa indecente pra te falar.
- Fala.
Me aproximo do ouvido dela.
- Eu te amo.
Ela abre aquele sorriso encabulado dela e diz:
- ...
- Ainda não acabei.
- Que mais?
Me aproximo do ouvido dela de novo.
- Eu te amo.
A gente fica naquela tensão pré-beijo que não devia acontecer.

E isso é tudo que eu tinha pra dizer a ela se pudesse dizer mais alguma coisa a ela.

Me imaginei dizendo isso em tantas entonações, em tantas situações. E quando ela me disse que efetivamente estava indo, eu senti algo estranho. Um incomodo. E me pareceu que todas minhas intenções, de alguma maneira, não iam dar certo. Achei que era por, mais uma vez, eu estar moldando sentimentos à situações. Depois notei que por toda minha vida, moldei minha paixão por ela em outras pessoas. E que os sentimentos que eu, com um fundo de realidade, forjava, eram baseados no sentimento real sobre ela, que eu tinha enterrado. E que todas aquelas garotas que tinham alguma coisa pra me despertar essa vontade de forjar, tinham essa alguma coisa derivada dela.
É como se eu tivesse um livro favorito e ficasse negando esse favoritismo enquanto afirmava minha preferência sobre todos aqueles a quem aquele livro influenciava. É como odiar o ódio.

Me tornei cético de você. E, dizem, eu não deveria ter sido tão cético. Esse ceticismo, que eu tinha abandonado nos dois últimos dias antes de você ir ao meu encontro, voltou quando você disse estar indo. Mas por que ele voltou exatamente nesse dia?

Por algum motivo, eu soube que não ia te ver naquele dia. Mesmo você dizendo "estou saindo daqui agora". Por algum mistério, eu soube que não ia te ver. Por isso, nem respondi. Achei que era a desconfiança que sempre tive de você.

Mas por que, exatamente nesse dia? Pra'quela frase? "Até daqui a pouco".
Por que, justamente essa frase, eu não acreditei? Justamente essa 'promessa' que não se cumpriu?

Não sei se até agora estaríamos juntos. Não sei se o nosso amor tão poético e tão velho, já teria sido morto pela rotina, mas, mesmo no pior dos casos, seria tão melhor. Mesmo que a gente tivesse brigado feio, e eu passasse a te odiar (de novo), ia ser tão melhor. E eu nem saberia o inferno que teria evitado. Da mesma forma, não tenho idéia de quantos infernos piores que o meu existem. Quantos outros infernos eu já evitei enquanto reclamava das minahs dificuldades?

Dificuldade é o caralho. O meu problema é perder as coisas boas por ficar chorando as coisas ruins.

Estou tentando aproveitar as coisas boas, mas você me persegue. Você ainda é a garota dos meus sonhos e qualquer moça com quem eu for ter alguma coisa vai ter que ter algo de você. Quem sabe eu tenho sorte e acho outra de você.

Aí eu lembro de como eu sou sortudo.

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