31 de dez. de 2011

Diante Da Impossibilidade Da Prática, Aceitar A Teoria


As pessoas falam do que são e do que fazem. Passado, presente ou futuro. Puras fofocas. Todos querem despejar suas auto-biografias tendenciosas. Apenas o testemunho do próprio. E acham estranho meu silêncio.

Pois quando falo de meus atos, tenho que alterá-los. São feios. Mesmo alterados, são feios. E não há interesse em quando falo de teorias. Teorias maiores que uma pessoa.

O ano vai acabar, grandes merdas. O dia acaba todo dia e minhas metas continuam distantes. Talvez por que eu não tenha nenhuma. Tudo continua paranóico e saudosista.

As músicas não me fazem mais o que me faziam, os livros, nem leio mais. Procuro o pronto. O fácil e rápido. Mas para isso, devo embelezar meu passado. Tornar-me interessante na introdução. Nunca soube resumir as coisas. Não consigo ser interessante em 30 segundos. As pessoas me apresentam, e eu faço o resto. Sempre foi assim. Com todas. Ou isso, ou estar confinado num mesmo local, sem opções para os ouvintes a não ser me ouvir.

A essa altura do campeonato, não mais.

Não mais.

*.log - praia
*.mp3 - Mogwai - Travel Is Dangerous
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

12 de dez. de 2011

Copo Inexistente


Os olhos, ah, os olhos,
continuam me enganando,
me mostrando os estragos
dos possíveis futuros.

Meu espaço não físico
produz limites gigantes
e eu não participo de mim,
independo da vida.

Mude sua letra
pois o que eu sabia
agora é nada.

Apesar da sua visão cinza,
não me pergunte sobre o copo,
não há mais copo.

*.log - home
*.mp3 - The Verve - Space And Time
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

11 de dez. de 2011

A Arte dos Porcos


Eu não alcanço mais nada.
Fico perdido nas noites, com as pessoas dormindo ou festejando. Fico perdido, tentando viver vidas que não são minhas. Você pode estar viva em outro universo. Posso não ter te conhecido em outro universo. Milhões de possibilidades e alguém (eu) tinha que viver esta.
Me proponho a sair e o sol se esconde de mim.
Nascente de rio por armas de fogo.
Aquele palhaço sem graça, que as pessoas riem por estarem no lugar certo.
Caixinhas se abrem automaticamente para mim, mas não há nada dentro. Procuro por mensagens secretas, como sempre, como se alguém estivesse tentando me dar sinais, falar comigo em cógidos, a língua do p.
E em algum outro universo qualquer, eu sou uma pessoa feliz. Em algum outro universo qualquer, eu sou real.

Me proponho a sair e a água me saúda. Lá fora, água doce. Aqui, água salgada. Sem nenhum motivo de ser.

Ora, quem em sã consciência me deixaria tocar em uma arma sabendo dos meus desejos? Quanto disso é inútil, quanto disso é atuação? Quanto disso é tristeza iniciada por suposições absurdas?

Suponha, por absurdo, que ela seria minha. Suponha, por absurdo, que ela curaria minhas vontades. Suponha, por absurto, que eu curaria a ela. Suponha, por absurdo (e que absurdo), que seriamos felizes juntos, após tanto tempo nos negando a chance de tentar. Suponha, por absurdo, que a felicidade não é uma estrela que te queima viciosamente quando se dirige o olhar diretamente a ela. Suponha, por absurdo, que minha mente se acalmaria com ela.

Em algum universo, o absurdo é óbvio.
Se eu tivesse opções, o mais seguro seria viver num universo onde estou morto.

*.log - home
*.mp3 - Morrissey - Life Is A Pigsty
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

5 de dez. de 2011

nullPointerException


stream not found
x^µ ËŽ ·ñ¾_1Çé@3j’ý”Ov,' XŽ û ä°Ú]I#¬V+iV6ü y|Lnù o| $À'Á—œÂzUìéy4ǁa©»É*Ö»ŠEŽ^¼:ùìÑÉÝ/Ì̘¥ífžœ”3øïõÓ“rÙ÷Á7?\ÖË®š¹fYùY/Nþ2Ÿ =úÃÉýG'_{,µë—m3s fÕðhì²µ³× 'ßþæäêÀU YÅ$« ;3nYvÕ.j[»tvÖZAô X8;]X3‰Ï [Î/Š…©çëÂúÎ³d O¼€‰ç~ÔÍOýÈSÿTÍ?Ƨ•‡8Cimissyousomuch(x›e i»jiš„Èæ!êËe×%ˆfÅ¢¿õäz><ÓÀä ÿö“ÿ?ìYµþµÄWƒ–YË»¦„uÓås ­y#qÍQˆÈX›¾YÚŠ ý UySTQ Ñ î! À>+j¯mÄ Nzæ§Ó; 0/a6˜ G¦‡†Ñ EC/_ þ+œòÄÿÙðÄ×8gaìü ßÁòØ–ŒÇšÃ¬+ûe“ð:"´½ž DÖùåFє˺4}3 þí X¯>OBå}¸éffYmaybe.i'll.kill.myselfUàýO ºi«Ú 5u×Yø; t0¹ hüãÿ ÖxQ 0 ÓnÀõU]öþkïZ º®±-

*.log - 404
*.mp3 - 404
*.txt - 404
*.iso - 404
*.dvd - 404

17 de nov. de 2011

Gêmeos Com Mesmo Nome


Sonhei com uma irmã gêmea.
E, mesmo durante os ótimos momentos que passamos,
eu ficava desconfiado.
"Ela não tinha irmã gêmea."

Ao fim, alguém me ligava do hospital.
E eu, assutado.
E era ela, passando um trote.

Ela não tinha irmã gêmea.

Sinto dor pelo sonho.
Sinto dor por ela.
Hoje vai ser um dia comprido.

*.log - home
*.mp3 - The Smiths - The Queen Is Dead
*.txt - none
*.iso - Skyrim
*.dvd - Breaking Bad - 4th Season

1 de nov. de 2011

Seria Tão Melhor Se Eu Tivesse Pisado Nos Espaços Brancos


Há notícias que ouço e penso como seria se eu estivesse presente pra tentar cuidar de você. Então me lembro, dificilmente você aceitaria minha ajuda, assim, sem achar que precisa.

Ainda sonho em te ver e continuo achando que você era a pessoa certa pra mim. É ridículo pensar isso. Considerando tudo o que penso sobre a vida de forma geral, é ridículo achar que há um casal que se completa e somente um. Então me lembro, quantos casais você deixou incompletos?

Nunca desejei tanto para que algo acontecesse, e nunca me senti tão incapaz de fazer esse algo acontecer. Se lembra quando eu disse que a gente ainda ia ter o nosso tempo? Então. Naquela época, eu sabia que você ia crescer e que, talvez, eu te despertasse algo. E de fato, parece que eu despertei alguns anos depois. Era pra ter sido o nosso tempo, mas eu me neguei. Achei que você não merecia ou que queria jogar comigo de novo. Essa desconfiança eu nunca deixei de ter até falar com a sua mãe e com os seus amigos. Mas aí era tarde. Nosso tempo, que estava prestes a começar, acabou. Então eu me lembro de como tudo que eu realmente desejei nessa vida eu consegui. E de como, apesar de me sentir um incapaz muitas vezes, sempre houveram coisas que eu SABIA que era totalmente plausíveis e que bastava eu investir algum tempo e esforço para conseguir. De fato. Foi assim com você. Foi assim com a faculdade que faço. Foi assim com os empregos que consegui. Tudo que eu realmente quis, eu consegui. É um problema. Fiquei mimado, achando que o universo sempre me dá o que eu quero. Lei da Atração, dizem. Mas, ora, acho que ela não funciona dessa vez.

A morte, intransponível. A morte. Tão forte. Tão bruta. Tão aleatória. E eu não posso fazer nada quanto a ela. Só desejo. Só desejo você de volta. É idiota pensar em "ir atrás" de você. Não tenho idéia do que acontece.

A falta que você faz, agora, eu nunca senti por nada. Para todas as faltas que eu senti na vida, eu consegui preencher com algo. Com milhões de passos até reverter a situação, com textos, com músicas, com livros, com jogos, apenas para não ver o tempo passando enquanto os resultados não chegavam.

Mas e agora? Nenhum tempo é suficiente pra você chegar aqui. O tempo, que agora passa mais lento. O tempo, que ainda tenho tanto.

Você morreu, e eu ganhei 30 anos de vida.
Você morreu, e os meses passam como anos.

Há muito pra tão pouco de mim. São míseros 25 anos, dos quais apenas uns 10 com lucidez suficiente pra notar as coisas. E desses 10, 9 você esteve em algum lugar da minha cabeça, sendo citada inconscientemente em textos, sendo procurada inconscientemente em outras mulheres, sendo evitada como uma criança evita pisar nos espaços brancos das calçadas (sem a menor razão pra evitar, mas evitando mesmo assim).

Eu nunca seria feliz com você, mas eu tinha que tentar.

*.log - home
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

17 de out. de 2011

Estátua Viva de Gente Morta


Eu, que já nem sei se essa saudade é desculpa.
Já nem sei se essa dor é forçada.
Eu, me torturo.
E já nem sei se há motivos
além desses que eu me obrigo a ter.

Ela faz falta, parece.
Pois pra toda música que eu ouço,
eu lembro dela.
Pois pra qualquer mulher bonita que eu vejo,
eu lembro dela.

Por que ela foi a pessoa mais bonita que já me deu bola.
E foi a pessoa mais bonita que eu conheci.

Ninguém chegará aos pés dela,
pois ela está morta.
Mas como eu posso saber se esse é o único motivo
se eu já coloco pessoas vivas em pedestais?

*.log - home
*.mp3 - Kings Of Leon - Use Somebody
*.txt - none
*.iso - Alan Wake
*.dvd - none

6 de out. de 2011

Nenhuma pessoa para discutir.
Ninguém que tenha ciência da inutilidade das coisas.
Ninguém para apreciar um filme que deve ser apreciado.
Ninguém para curtir a tristeza que algumas músicas (e só elas) trazem.

Ninguém pra se juntar à minha insignificância.
Minha "minusculez".

*.log - home
*.mp3 - György Ligeti - Atmospheres
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

2 de out. de 2011

Maybe It Did


there's a strange kind of guilt corroding me
it comes from the heart, not from the brain.
i never felt this for a friend.
i really never cared for people this much.
guess i never had a real reciprocous friendship,
not that people don't like me,
it's the opposite.

it's not like i'm that guy that everybody hates,
in fact, i'm a very easy guy.
in fact,
i can't name many people who really have things against me,
the people who do is the people who i fucked around so much,
with my sarcasm and my confusion and my ever-changing histories.
people usually enjoy my presence.
with my jokes and my attitude of "i'll always be there for you"
i just can't enjoy back.
if someone needs me during hard times, i'll give a hand.
always. for anyone.
but i can't enjoy people.
i can't enjoy good feelings.

anyway, back to the main subject.
i tried not to say too much about my feelings,
i know that there's a huge possibility that i'm over reacting,
so i can't say to her "you're my second muse in 10 years of writing"
and it's not "i can't" like "i can't give you money because i have so little",
it's "i can't" like "i can't kill a dog. or a fur seal."

i remember one time when i wrote "there's only one love biggest than the first: the last"
so. i can't tell if she is really my second muse in 10 years of writing.
maybe i just put all my love for the dead one on her, just like i always did.
maybe i just try to paint a picture of me to her and other to you.
i can't know.
i fell like it is. i'm sure i fell like it is.
but i don't know if it will fade.
so, for all effects, i paint the "she's just another muse" picture.
for you, i paint the "what i'm felling today" picture.

it's terrible.
fells like i'm making up all this.
it's terrible.
since i can hurt more people.
i don't want to hurt anyone again,
but to do that properly, i should stay away.
i can't help, there's a manipulative bitch inside of my head.
i can't see what i'm doing, 'till it's done.
i can't see the flaws in the project 'till it all fall in my head.

i can't tell right now if this is just me manipulating again.
would you'd recognize if i was? i wouldn't..
i'm not one to be trusted.

you see. in this very text, you can see how i change my mind.
in just five minutes.
wish i had just one mind.
wish i had just one opinion about things.
wish i had jesus in my heart.

i'm a terrible person.
such a terrible person.
i'm a jerk.

if you don't have a better solution,
i hate to say,
but i gotta get away from you.
i can't stand messing things.
you don't deserve this,
and i won't know how to handle the guilt that'll sure come after.

maybe it all didn't affect you so much as it affected me.

i'm lost.
i've been trough ten years of shit.
"See, the luck I've had/Can make a good man/Turn bad"
i think it did.

*.log - home
*.mp3 - The Smiths - Please, Please, Please Let Me Get What I Want
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

29 de set. de 2011

Não Sou Et Cetera


Diversidade enorme.
Negros, índios, nipônicos.
Classe baixa, classe média, classe alta.
Público, privado.
Cabeludos e carecas
Cabelos lisos ou ondulados.
Barba. Bigode.
Grandes e pequenos.

Quando serei eu?

Tem confiança pra ficar nu na minha frente,
pois sabe que eu não faria nada.
Mas me deixa sonhar.
Só, me deixa sonhar.
Não me deixa sonhar, te peço,
me deixa ser.

*.log - home
*.mp3 - INXS - By My Side
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

27 de set. de 2011

chuva-martelo


Abraço a chuva,
aquela que só chove dentro.
E aquele cheiro agridoce,
de textos passados,
permanece.
Era uma árvore que nos separava.
A árvore que fazia meu ar
se tornar respirável para você.
Não vejo ilusões
e não vejo realidade,
mas não estou cego.
A cor desses dias nublados me atinge,
como um martelo.
Não consigo achar sentido,
não posso dizer que essas sinceridades sinestésicas me impulsionam.
O que me impulsiona são as reações à elas.
(pena não haverem muitas)

Sinto vontade de parar o mundo,
mas sempre que eu pedir pra parar,
peço que me pare.

*.log - home
*.mp3 - Morrissey - Life Is A Pigsty
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - Era Uma Vez...

26 de set. de 2011

Cult Of You


Are you human?
Do you cry?

I'd like to be there
when you really need a shoulder.
But you seem so self-satisfied,
I can't even imagine you needing someone.

I can't imagine you giving cute laughs.
I can't imagine you sighing.
Wish you count on me,
so I can see how human you are.
Wish you could show me your flaws,
so I can stop this cult of you.

*.log - home
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

25 de set. de 2011

...Copy of a Copy of a Copy of a Copy of a...


Ando tentando me inserir em diversos grupos de pessoas, e até que tenho participado de algumas atividades de cada um deles. Mas sei que, no fundo, não pertenço a nenum deles, e nenhum deles sente minha falta caso eu não esteja. Não é questão de atenção que eu desejo e nunca terei, é só questão de estar deslocado em todo lugar que vou e, de certa forma, ter o reconhecimento desse deslocamento por parte de terceiros.

E quanto mais eu penso nos assuntos que eu gostaria de conversar e nas coisas que eu gostaria de fazer, só uma pessoa sobressai. O resto é cópia.

*.log - home
*.mp3 - Pato Fu - Canção Para Você Viver Mais
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

20 de set. de 2011

I MOZ YOU



*.log - home
*.mp3 - Morrissey - My Love Life
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

17 de set. de 2011

Poesia Concreta


    Eu,
      na quina
      desse abismo,
      sujo e contínuo,
      contemplo a beira.
      Tudo que vejo é você.
      Tudo que penso é você.
      Tudo que você se tornou.
      É esse inalterável abismo.
      Agora tudo que vejo é chão.
      Aquele chão sólido e infinito.
      E quanto mais ele se aproxima,
      ele é tudo que quero, e nada mais.
Eu, no fundo sou abismo do abismo.

*.log - home
*.mp3 - own recordings
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

13 de set. de 2011

Fio De Terra


Não compartilhamos muito da nossa rotina.
Isso dificulta o meu trabalho.
Não há obrigações ou prazeres.
Dependo da sua vontade
ou do relaxamento da minha paranóia.
E as duas são inflexíveis.

Acabo fazendo uma trilha no seu jardim.
Estragando sua grama, até que me deixe entrar.

Uma infinidade de mesmo sufixo, infinitágico.
Letárgico, nostálgico, trágico.

"Eu estou.
Eu estou só.
Eu estou só vendo.
Eu estou só vendo abismo.
Eu abismo.
Eu.
Eu vendo abismo.
Eu só vendo abismo."

*.log - home
*.mp3 - Rogério Skylab - Eu Estou Só
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

8 de set. de 2011

Stalker


Sou um prato cheio para perseguidores.
Pena que não há nenhum pra mim.

*.log - home
*.mp3 - The Smiths - Pretty Girls Make Graves
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

7 de set. de 2011

Meio Desafinado


Quase posso te ver com seus passos
desconcertados e desconcertantes
Agindo com vários, para procurar algum prazer.
Nunca encontraria.
Por isso, eu mesmo não procuro.

O máximo que eu poderia conseguir,
se foi,
embaixo das rodas dum caminhão.

Tente desviar, mas não consiga.
Não há como evitar a sujeira
quando se está em meio a ela.

*.log - home
*.mp3 - A Silver Mt. Zion - Broken Chord Can Sing a Little
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

6 de set. de 2011

Qwerty


Mais uma vez,
atiro em minha cabeça
com essa arma imaginária.
Espero o dia em que ela atire uma bala real.

Em todos os sonhos que eu te vejo,
você foge de mim.
Bem condizente com a realidade.
Injusto, mas condizente.

Vou tentar dormir de novo.

*.log - home
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - Heima

4 de set. de 2011

Oui



Foi muito tempo investido pra ter aquele nível de intimidade.
Não adianta forçar.

E assim, nossos gostos eram parecidos.
E nossos métodos.
E todo o resto.
Não adianta forçar.

E meu estilo era o que você gostava.
E o seu era o que eu gostava.
Não adianta forçar.

Eu não posso contar com ninguém
e não posso esperar que ninguém conte comigo.
Não adianta forçar.

Não veio de graça,
não veio do nada.
Foi muito tempo investido.
Mas se foi de graça.
Se foi do nada.
Do nada e pro nada.

Sinto falta de poder falar sem medo com você.
Ou com qualquer um.
Mas não adianta forçar.

Eu não quero ficar mendigando atenção, (nunca sei se é real) mas eu preciso.
Qualquer ilusão me serve agora.

*.log - home
*.mp3 - Pink Floyd - Welcome To The Machine
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - Never Let Me Go

2 de set. de 2011

Deja Vu


Sempre achei que deja vu
era uma certeza de estar
onde eu deveria estar.
Se eu estiver certo,
estou no lugar errado.
Preciso do meu passado
pra estar no lugar certo.

Impulsividade leva a desvios.

*.log - home
*.mp3 - Nick Drake - Time Has Told Me
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

1 de set. de 2011

She Is Temptress (And I Love It)


Now I'm drunk.
And tonight,
i've got tempted
in many ways.

And for R, i've had a good night.
But for J, it was just new things to remember.

I've got tempted
in many ways:
the way she danced
(with other guy)
was one of the sexiest things
i've ever seen.
Mix of envy and excitement.

the way she got close
and her smell
and our relation,
close to an uncommitment,
just wish it evolves to that definition.

She is nice,
and she is cool.
And, as said to me:
"that black haired girl acts crazy like you"
Agreed.

She is my muse,
and i can't think of anything else.

Preciso fazer uma escultura dela
para não precisar vê-la todo dia.
Só assim poderei vê-la todo dia.

*.log - home
*.mp3 - Kings Of Leon - Use Somebody
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

30 de ago. de 2011

It Hurts



A mãe dela me falou isso.
De um jeito que me machuca.
"Ninguém nunca vai te amar como a C. te amou"
Eu concordo.
E tenho medo de estar certo em concordar.

Você ainda vai ter a sua louca por você.
Aproveite.
A minha morreu.

*.log - none
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

22 de ago. de 2011

.



A sinceridade continua espantando? Sinto aquela agonia da espera, (em razão diminuta, mas sinto) pois ao ser sincero, demando sinceridade, e nem todos estão dispostos a isso. Afklæðum úr hjörtum.

Mas sei, ao menos, que se falta resposta, é pela pergunta ter sido feita em momento errado. Evitam os 'não's pelo medo de ter conseqüências. Não haverão. Apenas se sim. Cada vez mais vazio em textos e em vida.

Trocar cigarros e colares por carícias. Esse tipo de atenção não deveria ser transformada em algo tão fútil. Esse tipo de atenção não deveria existir entre desconhecidos. Esse tipo de atenção, eu quero o tempo todo.

Sinto-me comum. Mas não sou. Sou prepotente. Tenho bom vocabulário e ótima visão periférica. Mas só sei iniciar conversas com gritos aleatórios.

Sinto falta do passado, e me arrependo de atitudes que não tomei. Todos fogem da minha tristeza, e não sei se prefiro fechar os olhos ou encarar a fuga.

Estou nu e estou sangrando, mas ainda vivo.

Tudo que não quero, eu sou.
Pra ter amor, basta parar de querer.

*.log - home
*.mp3 - Untitled #7: Dauðalagið
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

19 de ago. de 2011

The Eight or Writing in Codes [2]



Você é a oitava musa,
e sua face me lembra disso.
Pelo bem da poesia, veja,
te declaro a nova musa.

Mas que fique bem guardado,
em breve teremos o nosso tempo.
Já bradei isso, não nego.

Hei de não me enganar
e dizer que não é nada igual:
igual é, sei que é.
Aquela semelhança
não é ruim.
É aquilo que me faz ser.

(Bem vinda ao rol de minhas musas, M.)

*.log - home
*.mp3 - Pink Floyd - If
*.txt - none
*.iso - Spiral Knights
*.dvd - Fringe - The Complete 1st Season

18 de ago. de 2011

Writing In Codes



crycriwitmor.
whyyouarenother?
camcamcam
wilnevlovothlikilovyou.

She was.. nobody's nothing.

*.log - home
*.mp3 - Morrissey - Lifeguard Slepping, Girl Drowning
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

12 de ago. de 2011

O peso das coisas que não me mudam



As coisas continuam acontecendo fora deste quarto.
Fora deste quarto de século que eu tenho vivido.
As coisas continuam sequer acontecendo fora dessa partida.
Essa partida que não começa nem divide.
As coisas continuam jamais fazendo diferença.
O prazer vem.

Só me passa pela cabeça perguntar ou pedir.
Casual, a três, a mais.
Todos.
Do bom, do ruim.

Qual o peso das coisas que não me mudam?
Ninguém sabe o que eu sinto,
mas eu não sei o que ninguém sente.
É preciso respeitar as diferenças,
mas o direito de um não é o dever do outro.
É obrigatório dar condições de saciar as vontades
ou apenas contê-las basta?

A morte não é desculpa pra dor.
A inveja é.
O amor não é desculpa pra dor.

Se sinto o peso das coisas que não me mudam,
é porquê elas me mudam.
E se sinto peso de tudo,
então tudo me muda,
tudo me importa.

Eu não ligo pra nada
pois tudo me afeta da mesma forma.
(E não é uma forma mínima.)

*.log - home
*.mp3 - Djavan - Oceano
*.txt - none
*.iso - L.A. Noire
*.dvd - Fringe - The Complete 1st Season

11 de ago. de 2011

Primeira Edição (Póstuma)



Minha musa é uma musa morta.
E como tenho musa, tenho desejo.
Estar junto a ela.
E como tenho musa, tenho sentido.
O mesmo sentido dela.

Você tem medo de eu desmascarar sua felicidade falsa?

*.log - home
*.mp3 - Kraftwerk - Autobahn
*.txt - none
*.iso - UFC Undisputed 2010
*.dvd - none

30 de jul. de 2011

F.Y.F. (Fuck You, Fate)

You can try to

, but the past will catch you up as you run faster.

Vou evitar começos
para evitar finais.
Vou esperar a morte chegar,
impaciente pelo atraso.
Na verdade,
fui eu quem chegou adiantado.
Vou atrás da mediocridade,
onde não há chances de eu cair de amores por nada.

Não combino mais nada para amanhã,
talvez para semana que vem.
Não combina com perfil psicológico de suicida
fazer planos a curto prazo.

*.log - home
*.mp3 - Morrissey - My Life Is A Sucession Of People Saying Goodbye
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

25 de jul. de 2011

Letter For An Unattempted Suicide #8 (Para A.)



Quase te liguei, mas não quis te acordar. Principalmente por que sei que nada que você disser vai mudar minha cabeça dura. O principal é, uma hora ou outra eu ia voltar a me sentir assim. Eu sei, a gente ia terminar um dia. O fato de ter sido mais cedo do que eu esperava não muda nada.

Com isso, quero dizer que minha depressão e minhas tendências suicidas não são culpa sua. Nem mesmo culpa da morte da C.. Hoje foi só mais um dia que eu desejei a morte. Isso é rotina pra mim. Me incomoda muito, mas é rotina.

Se eu morasse em algum lugar alto, num apartamento, já teria me matado há tempos. E se não tivesse ainda, por algum motivo, hoje eu me jogaria, ouvir aquele som de vento (o mesmo de quando você coloca a cabeça pra fora do carro numa estrada) e, por fim, morrer.

É tudo que eu mais desejo, mesmo quando estou com alguém, no fundo, o desejo está lá. A minha morte, causada por mim mesmo, é só uma questão de tempo.

Eu tento achar motivos pra esse desejo, saudade de você, saudade da C., saudade do meu pai, mas no fundo, não tenho nenhum motivo. Meu motivo é só estar de saco cheio de viver. Todo dia.

Por mais que eu encha minha cabeça com amores, o desejo está aqui.

Não tenho motivação pra fazer nada, e quando faço algo é por que me obrigo a tentar. Ainda procuro algo pra me fazer querer viver, mas não tenho nem ideia do que.

E, da mesma forma, não sei por que continuo buscando ajuda de amigos. Nada adianta, A.. Nada nada nada.

Para as pessoas com cabeça normal, cada dia que eu não morro é uma vitória. Pra mim, cada dia que eu não morro, é uma derrota. É a minha covardia diante do suicídio. Minha vontade mais pura que, todo dia, eu não consigo realizar.

Isso não é nenhuma coisa horrível, sabe? Apesar das crenças e religiões dizerem o contrário, se matar não tem nada de ofensivo. É egoísta, sim, mas só por que a nossa sociedade é baseada em sentimentos, em família e amigos e tal. Mas veja, por que eu devo continuar levando algo que me incomoda tanto, só para não causar dor nos outros? Eu devo me sacrificar para que os outros não sintam dor? Por que diabos EU tenho que suportar tanto vazio? Pelos outros? Não é feio viver pelos outros?

Queria uma resposta sua agora, mas você está dormindo. Queria conseguir sentir motivação pras coisas. Queria poder passar um dia sem precisar fingir que tá tudo bem pra quem vê de fora.

Não tenho medo de morrer. Tenho medo de sentir mais dor. Por isso, nunca cortei os pulsos. Por isso, nunca tomei água-sanitária. Por isso, nunca me joguei na frente de um ônibus. Mas, veja, qualquer sexto andar dá conta do recado. Qualquer arma de fogo dá conta do recado. Infelizmente, pra mim, não tenho acesso à essas coisas.

Sinto falta de viver, mas ora, como posso sentir falta de algo que nunca fiz?

Quero o fim. Preciso do fim. O quanto antes.

Eu sei que a C. se sentia dessa forma (já havíamos conversado sobre isso), por isso nunca a condenei por tentar se matar. Da mesma forma, não penso "coitada, foi tão cedo". O que penso sobre a morte dela, na verdade, é: "sortuda! foi primeiro que eu! e nem ficou com a fama de suicida, ainda por cima!".

Acho que essa mensagem nem merece resposta. Não há o que responder. Só precisava desabafar.

*.log - house
*.mp3 - Philip Glass - Metamorphosis Five
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

21 de jul. de 2011

Música Ambiente de Caixão



Quando eu morrer,
me enterrem com fones de ouvido.
E sempre que forem me visitar,
coloquem uma música para eu ouvir.

A morte, diante da morte, não é nada.
Sobre quem a deseja e a consegue,
o choro do resto, é pela falta,
o choro do resto, é puro egoísmo.

Para quem a deseja e a consegue,
tudo é sonho alcançado.
E o a única dor que resta
é a dor do resto.

*.log - house
*.mp3 - György Ligeti - Adventures
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

20 de jul. de 2011

Afinal



Afinal, a coragem veio.
E o fel, veja só,
não é tão amargo
pra quem nunca provou o mel.

Uma mudança tão simples,
um botão,
que as pessoas dizem tirar responsabilidade.
Se somos responsáveis pelo que cativamos,
eu não sei.

Mas que dói a dor de quando nos entregamos
para evitar que a culpa corroa o cérebro
e não há quem te tranque a cela,
ah, isso dói.

Enquanto ignoro o máximo que sou capaz
e aproveito apenas os menores caprichos
(os mais simples e frívolos, apenas),
sei que há quem se esbalda com o que não tenho usado
(nunca pretendo usar).

O sono bate,
a saudade vem,
um rosto em nevoeiro.
Não tenho fotos,
nem memórias.
Não tenho.
Só a culpa.
Só a culpa e nada mais.

Vamos em paz?

*.log - house
*.mp3 - The Smiths - I Know It's Over
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

9 de jul. de 2011

In Brussels (Pizza Hut)



Dois pares de olhos castanhos se encontram
Estes sim, jamais se encontrarão de novo
Por trás das divisórias das mesas
Tudo que um vê do outro são os olhos
Mas a cidade está cheia de turistas
E os dois pares pertencem a países diferentes
Nunca trocarão palavras ou outros olhares
Possibilidades que se perdem e se ganham

*.log - Bruxelas, Bélgica
*.mp3 - none
*.txt - Irvine Welsh's Trainspotting
*.iso - none
*.dvd - Game Of Thrones

26 de jun. de 2011

Still Guilty Again



Se eu for espancado,
a culpa é minha.
Se uma árvore cair sobre meu carro,
a culpa é minha.

Todas elas são,
e por todas, eu sofro.
Não há necessidade de me escalpelar.
Não há necessidade de jogar vinagre em ferida aberta.

Eu quero sobressair,
mas destino continua batendo,
como um martelo,
tentando deixar tudo liso.

Mais anéis que se vão
e ficam os mesmos dedos.
Tanto esforço em vão,
e volto àqueles medos.

Mais textos inéditos que se vão,
mais fotos, e mais músicas.
Tudo de mais importante,
mp3, txt, jpg.
Tchau iPod, tchau caderno, tchau D3000.
Tchau mochila de risca de giz.

São só mais quatro tijolos no muro.

*.log - house
*.mp3 - o furioso som da culpa
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

15 de jun. de 2011

W+W=KKK



A teoria prestes a virar prática. O W duplo virando K triplo. A liberdade. A cabeça aberta. Mas e se isso for eu tentando encher o vazio com futilidades? E se felicidade for isso e nada além disso? Seria tão mais fácil ser feliz. Mas, ao mesmo tempo, onde fica aquela felicidade épica? Não pode ser tão simples, por que não pode ser só isso. Se felicidade for só isso, prefiro a intensidade da tristeza, que sempre me trás lindos frutos podres.

Terminado às 8:38 am do dia 13/06/2011

*.log - home
*.mp3 - Raul Seixas - Diamante de Mendigo
*.txt - none
*.iso - Chime
*.dvd - Pioneer One - S01E04

9 de jun. de 2011

Correio Mercantil, 1852



Os que restam, estou feliz.
A culpa não foi de um ou de outro,
escolhi estar aqui.
Escolhi ir de ônibus, não de carro.
Escolhi ir de manhã, não a noite.
Escolhi ir na chuva, não no seco.

Obrigado por respeitarem a distância.
Ela sempre o fez,
mesmo quando mais precisou de mim.

E se a agonia que sinto,
a mesma daquele dia,
se provar premonição,
hoje, a vejo.

.

*.log - home
*.mp3 - Pink Floyd - The Grand Vizier's Garden Party
*.txt - John Fante's Ask The Dust
*.iso - Minecraft
*.dvd - none

31 de mai. de 2011

Puí-puí-puí



Ouço uma moto passando na sua rua,
daquelas que apitam um alarme na madrugada.
Puí-puí-puí.

Alguns segundos depois,
ouço uma moto passando na minha rua.
Puí-puí-puí.

Estamos a quilômetros de distância,
mas a sensação de sermos vizinhos
me faz dormir melhor.

*.log - home
*.mp3 - Sam Cooke - Cupid (Live @ The Harlem Square Club)
*.txt - John Fante's Ask The Dust (a passos de formiga)
*.iso - Minecraft
*.dvd - The Pianist

18 de mai. de 2011

Pague Atenção, Por Favor



Há pessoas que só dão atenção quando você não está.
Há pessoas que só dão atenção quando você está.
Há pessoas que não querem dar atenção, só receber.
E há pessoas que não querem receber atenção, só dar.

Pras pessoas que nunca me deram atenção, não venham querer receber.
Agora, só troco.
Alegria por alegria. Lágrimas por lágrimas.
Felicidade por felicidade.
Beijos por beijos e tapas por tapas.

Se amo, espero amor em troca.
Se sou indiferente, espero indiferença em troca.
Se odeio, espero amor em troca.

*.log - at work
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

13 de mai. de 2011

Paranóia



Ah, minha velha companheira
Que sempre aparece quando ninguém está
Você, ah, você sempre está.
No amor ou no ódio,
No vício ou no tédio.
Ah, doce amiga, sempre escondida
se mostra nos momentos mais difíceis
Me deixa inseguro

sem saber se vêm ou se vão
sem saber se é falso ou real
sem saber se gostam ou não
sem saber se açúcar ou sal
sem saber se há alguma paixão
de algum qualquer, afinal.

você, minha amiga, sempre presente.
você que vem sem eu te evocar
mesmo com teu nome em minha lente
me calo e te engulo, não ouso falar.

não sei se é molusco
não sei se é jóia
nunca te busco
mas sou só para_ó_a.

*.log - home
*.mp3 - The Smiths - Still Ill
*.txt - John Fante's Ask The Dust
*.iso - none
*.dvd - Senna

12 de mai. de 2011

Let It Burn



Deixe queimar.
Deixe sua alma queimar.

A música que toca agora,
é essencial.
O vídeo não.

*.log - home
*.mp3 - Nebula - Raga In The Bloodshot Pyramid
*.txt - John Fante's Ask The Dust
*.iso - none
*.dvd - none

6 de mai. de 2011

begin;for(i=0;i++;){play();rewind()};end;



...por quê aí a gente podia tentar ser feliz, de um jeito (ou geito, como você escrevia) que a gente (ou agente, como você escrevia) nunca imaginou. eu sei, nunca seríamos, mas podíamos tentar. apesar de me mandar ir tomar no cu toda vez que a gente se falava, eu sei que isso era a sua maneira de dizer "eu te amo". nada como evitar o óbvio afirmando o impossível. e de todas as nossas fugas, a sua foi a campeã. fugir pelos fundos quando a felicidade bate à porta da frente. bem típico da gente. mas você podia ter deixado essa fuga pra outro dia, por quê aí a gente podia tentar ser feliz, de um jeito (ou geito, como você escrevia) que a gente (ou agente, como você escrevia) nunca imaginou. eu sei, nunca seríamos, mas podíamos tentar. apesar de me mandar ir tomar no cu toda vez que a gente se falava, eu sei que isso era a sua maneira de dizer "eu te amo". nada como evitar o óbvio afirmando o impossível. e de todas as nossas fugas, a sua foi a campeã. fugir pelos fundos quando a felicidade bate à porta da frente. bem típico da gente. mas você podia ter deixado essa fuga pra outro dia, por quê aí a gente podia tentar ser feliz, de um jeito (ou geito, como você escrevia) que a gente (ou agente, como você escrevia) nunca imaginou. eu sei, nunca seríamos, mas podíamos tentar. apesar de me mandar ir tomar no cu toda vez que a gente se falava, eu sei que isso era a sua maneira de dizer "eu te amo". nada como evitar o óbvio afirmando o impossível. e de todas as nossas fugas, a sua foi a campeã. fugir pelos fundos quando a felicidade bate à porta da frente. bem típico da gente. mas você podia ter deixado essa fuga pra outro dia...

*.log - home
*.mp3 - Mogwai - We're No Here
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

4 de mai. de 2011

There Was A Light



E se um ônibus de dois andares te acertar
e me esquecer vivo?
Te ver morrendo ao meu lado
que maneira infernal de continuar vivo.
E se um caminhão de dez toneladas te matar
e me esquecer vivo?
Te ver morrendo ao meu lado,
bom, o privilégio do luto é todo meu.

*.log - home
*.mp3 - György Ligeti - Adventures
*.txt - Andrew S. Tanenbaum's Structured Computer Organization
*.iso - Portal 2
*.dvd - none
Carl And The Stock Market



Um investidor da bolsa, doravante chamado de Carl, sempre foi muito conservador.
Carl investia apenas em negócios seguros, com certeza de lucro baixo a longo prazo.

Um dia, Carl teve um estalo. Notou um padrão de crescimento em uma ação considerada de extremo risco. Carl pensou durante três semanas.

Carl começou a vender seus papéis das empresas seguras. Muitos perguntaram "Por quê faz isso Carl? O que houve?", e ele não dizia nada. Carl pegou todo o dinheiro das suas ações récem vendidas e comprou tudo na empresa de risco.

Por algum tempo, as ações subiram. Subiram muito. Carl ganhou mais naqueles minutos do que havia ganho em toda sua vida como investidor. Carl estava feliz. Fez planos do que ia fazer com o dinheiro. Resolveu então sacar seus ganhos.

No meio tempo entre o momento em que ele parou de olhar para os monitores das ações e o momento em que ele foi ao caixa fazer sua retirada, a empresa faliu. Carl não só perdeu tudo o que tinha investido como agora devia.

No curto tempo entre os monitores e o caixa, Carl foi a pessoa mais feliz do mundo.

Dois dias depois, agentes de penhora encontraram-no pendurado no lustre da casa que, naquele momento, já nem era mais dele (nem a casa, nem o lustre).

*.log - home
*.mp3 - Portishead - It Could Be Sweet
*.txt - John Fante's Ask The Dust
*.iso - none
*.dvd - none

2 de mai. de 2011

Juventude Transviada (Rebel Without A Cause)



Somos a nata da sociedade.
Os novos filósofos.
A juventude super-informada sobre tudo.
Temos saúde, família e dinheiro.
Não somos milionários, verdade,
mas estamos muito mais próximos do luxo do que da miséria.
Alguns escolhem viver no lixo, por puro capricho.
Temos oportunidades,
temos internet,
temos consciência.
Somos sinceros quando queremos
e temos o controle de quase tudo,
quando queremos ter o controle de quase tudo.
Somos mimados.
Queremos, queremos, queremos.
Um dia, o que queremos será negado.
E aí, apesar de termos tudo,
seremos as pessoas mais tristes do mundo.
Não sabemos lidar com a rejeição,
não sabemos viver em grupo
e não sabemos viver sozinhos.
O amor não salva,
muito menos o dinheiro.
Escapamos para religião ou drogas,
dá no mesmo,
mas um precisa de um pouco de fé.
Somos ilhas, isoladas,
ligadas pela terra que há abaixo do oceano.
Eu tenho um botão.
Ele não faz nada, esse botão.
Mas eu aperto assim mesmo.
Na pior das hipóteses, pelo menos exercito meus dedos.

*.log - at work
*.mp3 - Pink Floyd - Stop!
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - Into The Wild

30 de abr. de 2011

Letter For An Unattempted Suicide #7



Eu sei que para todos que têm me visto ou me lido, tá sendo estranho. Não sou o mesmo. Quanto deixo-me ser sincero ou quando não consigo disfarçar, minha apatia é evidente. Não sei quantos notam ou sabem, mas tenho pensado muito em me terminar. Não poeticamente, nem pra pedir socorro. Meus gritos de socorro são meus textos, que pouquíssimos lêem. Tenho fumado, apesar do meu desprezo por esse tipo de fuga, é a única que não abala tanto quem me vê. Estou num estado de egoísmo extremo, mas ao mesmo tempo, tenho aguentado vivo, não por mim nem pelo meu futuro, mas sim por que não suporto ver vocês todos se sentido culpados, nem que seja um pouco, pelo que eu possa vir a fazer. Não posso, nem consigo, fazer as pessoas sofrerem esse tanto. Mas quero. Não fazer sofrer, mas acabar com o MEU sofrimento.
Ando procurando acidentes. Ando acelerando o carro. Ando de olhos fechados, esperando que uma bala perdida me encontre.
Sinto muito pelo sofrimento que tenho causado, pelas faltas de amizade, pela falta de sinceridade, pelas dúvidas.
A pessoa que mais me conhecia, que há mais tempo me ajudava, se foi.
A pessoa que eu sabia que eu podia contar independente da merda que eu fizesse, se foi.
A pessoa que me entendia nos meus pensamentos mais sórdidos e bizarros.
Não. Isso nunca aconteceu com vocês. Vocês não sabem como EU vejo o mundo, vocês não sabem como eu me sinto e vocês não sabem como eu não sei lidar com isso.
Minhas idéias de nihilismo, hedonismo e qualquer outro -ismo. Vocês não têm.
Meu mundo jamais será o mesmo e eu, que já não consegui me sentir pleno, agora...
Tudo que faço é pensar merda. Diferentes formas de suicídio. Formas menos dolorosas para mim. Formas menos dolorosas pra quem achar meu corpo. Formas menos dolorosas para quem fica.
Sei que poucos tem a cabeça fraca e torta como a minha.
Não sei quandos podem pensar em ir atrás de mim, mas não ligo. Cada um resolve seus problemas do jeito que achar melhor. Se chegar no ponto que eu sinto que estou chegando, nessa dor que só aumenta, nessa falta que nada preenche, eu digo, se mate, amigo, pois nada posso fazer.
Apesar disso, uma parte de mim insiste em se agarrar. Insiste em me salvar. Mas cada vez mais fraca, essa parte. Uma hora eu vou, e a culpa não vai ser de nenhum de vocês. A única culpada não tem culpa. Ela não queria ter ido, mas foi. Eu não quero ir, mas espero que eu vá, o quanto antes. Já tentei demais ser feliz. Chega.

*.log - home
*.mp3 - Rob Dougan - Speed Me Towards Death
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

29 de abr. de 2011

Don't ask, don't tell



Há nervosismo extremo. E preocupação. Muita preocupação. Morte é liberdade. Dos laços. De tudo. As pessoas só não querem que eu as deixe. Se eu fico vivo por que tenho muito o que fazer, mas nada me satisfaz, qual o motivo? Eu realmente acredito que posso ser feliz ou só não tenho bolas para fazer o que quero?
Meu silêncio desesperado, ninguém nota, são gritos de socorro. Alguém que prove minha lógica errada e não mude de idéia quando o mundo lhe parecere como me parece.
Mentiras compulsivas, adaptação da realidade, só pra minha história ficar mais triste. Mas então, por quê sinto tanta dor quando ninguém olha? Por quê não deixo para sofrer somente quando tenho platéia?

*.log - home
*.mp3 - Radiohead - Feral
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

Roger says "Johnny always wanted a dead lover."
Johnny says "Roger always wanted a real reason to die for."

27 de abr. de 2011

Red Ink, Black Asphalt, White Paper



The hands, that cute hands of yours,
letting go from the motorcycle's handles.
Losing your tranquility to gravity.
Feeling the asphalt, trying to stop.
Wet floor, with water from the skies and blood.
There was no time for tears.
The pain were gone before you could feel it.
It's not as dramatic as it sounds,
just for the ones who had to stay behind.
We're all alone, missing you to death.
Crying for the pain that took you,
that pain.
If there's any justice in fate, you didn't felt it.
But we do.

*.log - home
*.mp3 - The Postal Sevice - We Will Become Silhouettes
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - Tudo Que É Sólido Pode Derreter
Argue




Agora para uma pequena intromissão dos nossos anunciantes.

J:
Essas palavras vazias que as pessoas dizem, "Eu te amo", elas não me dizem nada.
Essas palavras vazias. Esse clichê. Essa coisa simples.
"Eu te amo" não chega nem aos pés do que eu sinto por você.
O que eu sinto é mais visceral.
É mais sujo, é mais bonito e é mais poético.
É feio e triste.
Eu não te amo.
Eu te vivo.
E se você morre, eu sumo.

R:
You're faking it Johnny boy.
It's just an excuse for you to cry around.
Just an excuse to be a fucking emo.
Face your destiny.
All you wanted was someone who could fuck you up.
She could when she was alive, but fucked up by dying.
Face it. You killed her. We killed her.
Desire turns into guilt.

J:
Não me chame de garoto. Não me chame de emo.
Você é estúpido demais pra entender como eu me sinto.
Você não tem noção do que estou passando.
Eu não matei ninguém, foi o acaso.

R:
Fuck you. Nothing happen by chance.
Things are logical. If you do this, that happens.
Always.
And it won't matter how hard or how loud you cry,
you saying the things you say won't bring her back.

J:
Eu sei.

R:
We fucked eachother.

*.log - home
*.mp3 - none
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

24 de abr. de 2011

void



Ela morreu toda feliz e apaixonada vindo me ver.
E eu?
Tenho que morrer todo triste e apaixonado, sem saber se a verei de novo?

*.log - house
*.mp3 - João Gilberto - Que Reste-t-il De Nos Amours?
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none
Angel



aquele filme, cidade dos anjos,
onde o anjo que nao sentia nada
de repente, se apaixona.
aí ele abre mão de sua 'angitude'
para ficar com a mocinha.
aí a mocinha morre, atropelada.

esse tipo de coisa só acontece em filme.

*.log - house
*.mp3 - Sarah MacLachlan - Angel
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - City Of Angels

Roger gives insanity laughs
Johnny cries like hell

22 de abr. de 2011

I am not frightened of dying



I don't wanna change the world
just a little bit, maybe.
But I surely don't wanna change the future.
I don't want to take a step back
to give a leap forward.
Fuck the future,
it's too easy to change it.
What concerns me is my past.
What bugs me is the impossible.

(nao quero mudar o mundo
talvez só um pouquinho.
mas eu com certeza não quero mudar o futuro.
não quero dar um passo pra trás
pra poder dar um salto a frente.
o futuro que se foda,
é muito fácil mudá-lo.
o que me preocupa é o meu passado.
o que me incomoda é o impossível.)

*.log - house
*.mp3 - Pink Floyd - The Great Gig In The Sky
*.txt - none
*.iso - none
*.dvd - none

20 de abr. de 2011

Light Headed



Só há uma ação do meu passado da qual não me arrependo agora:
ter mantido os vícios longe de mim.
ter mantido essas fugas extremas longe de mim.
Me dá um pouco de esperança saber que ainda tenho um lugar para onde fugir.

*.log - house
*.mp3 - keyboard fight
*.txt - John Fante's Ask The Dust
*.iso - none
*.dvd - none

Roger says "Ainda bem que você tem me dado mais o controle."
Johnny says "Fico triste de você não confiar mais tanto em mim."